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* Sparta
*LEÓNIDAS I DE ESPARTA
Leonidas Thermopylae
Leónidas nas Termópilas, por Jacques-Louis David (óleo sobre tela, 1814. Museu do Louvre, Paris)Leónidas I (ou Leônidas, na grafia brasileira) rei e general de Esparta (?, Termópilas, 480 a.C.).
Ocupou o trono entre 491 a.C. e 480 a.C., como sucessor de seu irmão Cleômenas I, cuja filha Gorgó se tornou sua esposa em 488 a.C..
Uma de suas ações mais importantes se deu por ocasião da invasão da Grécia pelos persas, em 481 a.C.. Defendendo o desfiladeiro das Termópilas, que une a Tessália à Beócia, Leônidas e uma tropa de apenas 7.000 homens, sendo que apenas 300 eram espartanos, conseguiram repelir os ataques iniciais. Mas Xerxes, rei da Pérsia, foi auxiliado por um pastor local (Efialtes) que lhe conduziu por um caminho que contornava o desfiladeiro e cercou o exército de Leônidas. Restavam apenas 300 espartanos e voluntários tespienses e tebanos, que decidiram resistir até a morte. Segundo Pausânias, Xerxes ameaçou a insignificante defesa grega dizendo: "Minhas flechas serão tão numerosas que obscurecerão a luz do Sol". Leónidas respondeu: "Tanto melhor, combateremos à sombra!" (Heródoto, que narra o desastre das Termópilas no seu Livro VII, reporta esta afirmação, não a Leónidas, mas Dieneces). Leônidas sabia da traição de Efialtes. Manteve os espartanos, que durante três dias mataram 20 mil persas, e dispensou o restante do exército. Para aqueles que ficaram, ele disse: "Almocem comigo aqui, e jantem no inferno". Leônidas sabia que sua morte era certa, mas resolveu ficar e morrer lutando. Por dois motivos: O primeiro, é que nenhum espartano volta fugido para sua cidade. Conforme sua própria filosofia, ou voltam vitoriosos, ou mortos em cima de seus escudos. E em segundo lugar, se ele fugisse, o restante da Grécia também fugiria. No final, já cercado por seus inimigos, o rei Xerxes dá uma ordem a Leônidas: “Deponham suas armas e se entreguem", Leônidas responde apenas: “Venham pegá-las". São as últimas palavras do rei espartano. Atacados por todos os lados, foram massacrados sem piedade. A cabeça de Leônidas foi cortada e empalada e o seu corpo crucificado.
Os persas esperam, durante dois meses, o inverno passar, para continuar a guerra. Quando resolvem voltar, os espartanos restantes formam o corpo principal do exercito grego. Havia três persas para cada grego, e no final da guerra os persas são derrotados e expulsos da Grécia.
* Exércitos
Houve uma grande desproporção entre os exércitos de Leónidas e de Xerxes. De um lado, Xerxes, com cerca de 200.000 soldados; do outro, Leônidas com algo entre 7.000 e 9.000 homens. Desses, apenas 301 oriundos de Esparta (o próprio Rei Leônidas, que tomou parte ativamente no combate, e 300 soldados da sua guarda pessoal).
Naquele momento os espartanos festejavam a Carnéia — festival em honra ao deus Apolo, durante o qual não se podia lutar —, enquanto boa parte do restante da Grécia vivia a Olimpíada — outra celebração que, por motivos religiosos, impedia o combate. Leônidas se deparou com o duro dilema de como conseguir guerreiros para lutar contra os Persas, dadas as condições. Não poderia desrespeitar as confraternizações - que cessavam momentaneamente os combates - no entanto, não se daria ao luxo de esperar que o exército invasor avançasse incólume pelo território grego. Foi aí que o "Leão de Esparta" (como também era conhecido), resolveu partir de encontro às forças invasoras com nada mais que sua guarda pessoal de 300 homens. No caminho, Leónidas reuniu entre 7.000 a 9.000 homens de povos e aldeias amigas para enfrentar os persas sob o comando de Xerxes.
*Curiosidades
As mulheres de Esparta tinham fama de serem muito aguerridas, e trocar favores sexuais por interesses. Para se ter uma idéia da sua combatividade: Sempre que seus filhos se despediam de suas mães para entrarem em combate, os soldados espartanos ouviam dessas doces senhoras a amorosa frase: "Meu filho, volta com teu escudo, ou em cima dele" (isto é, Vitorioso ou Morto...). Mas nenhuma era igual à esposa de Leónidas: Gorgó. Em certa ocasião, uma mulher perguntou a ela por que as espartanas eram as únicas gregas que mandavam nos homens. E ela respondeu: "Ora, porque parimos homens de verdade", rebateu. O historiador grego Heródoto afirma que os helênicos souberam do ataque persa graças à rainha. Damáratos, ex-rei espartano, fazia um certo jogo duplo, avisou seus conterrâneos sobre a invasão. Para isso, gravou uma mensagem numa tabuleta de madeira, cobrindo o texto com cera. Quando a tábua chegou a Esparta, Gorgó teve a idéia de raspá-la. Assim o ataque de Xerxes foi descoberto.
*Sociedade Espartana
Em Esparta a sociedade era estamental, ou seja, dividida em camadas sociais onde havia pouca mobilidade. A sociedade estava composta da seguinte forma:
Esparcíatas: eram os cidadãos de Esparta. Filhos de mães e pais espartanos, haviam recebido a educação espartana. Esta camada social era composta por políticos, integrantes do exército e ricos proprietários de terras. Só os esparcíatas tinham direitos políticos.
Periecos: eram pequenos comerciantes e artesãos. Moravam na periferia da cidade e não possuíam direitos políticos. Não recebiam educação, porém tinham que combater no exército, quando convocados. Eram obrigados a pagar impostos.
Hilotas: levavam uma vida miserável, pois eram obrigados a trabalhar quase de graça nas terras dos esparcíatas. Não tinham direitos políticos e eram alvos de humilhações e massacres. Chegaram a organizar várias revoltas sociais em Esparta, combatidas com extrema violência pelo exército.
*Educação Espartana
O princípio da educação espartana era formar bons soldados para abastecer o exército da polis. Com sete anos de idade o menino esparcíata era enviado pelos pais ao exército. Começava a vida de preparação militar com muitos exercícios físicos e treinamento. Com 30 anos ele se tornava um oficial e ganhava os direitos políticos. A menina espartana também passava por treinamento militar e muita atividade física para ficar saudável e gerar filhos fortes para o exército.
*Política Espartana
Reis: a cidade era governada por dois reis que possuíam funções militares e religiosas. Tinham vários privilégios.
Assembléia: constituída pelos cidadãos, que se reuniam na Apella (ao ar livre) uma vez por mês para tomar decisões políticas como, por exemplo, aprovação ou rejeição de leis.
Gerúsia: formada por vinte e oito gerontes (cidadãos com mais de 60 anos) e os dois reis. Elaboram as leis da cidade que eram votadas pela Assembléia.
Éforos: formado por cinco cidadãos, tinham diversos poderes administrativos, militares, judiciais e políticos. Atuavam na política como se fossem verdadeiros chefes de governo.
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